Em 1958, Claude tinha cerca de sete anos de idade, e já havia sido alfabetizada no Líbano. No Brasil, aprender o português significava ter que começar de novo. Porém, Claude era a mais apta da família a se comunicar com os brasileiros, pois seus irmãos eram pequenos demais, e seus pais libaneses demais. Sua mãe Laurice relutou muito em aprender o português, até a morte de seu pai no Líbano, em 1972.
Laurice precisava de ajuda para tocar a vida nova dentro da casa, enquanto Yourghaky buscava ganhar o sustento. A filha mais velha, Claude, ia à quitanda com a mãe, buscando servir de intérprete e tentando também aprender. Descobriram que muitas hortaliças eram comuns aos dois países, e que apesar de a variedade brasileira ser maior, algumas coisas de lá não se achava por aqui . Descobriram também que Nànàa é Hortelã, Al Hass é Alface (parece brincadeira, mas é fato que quase tudo que começa com Al em português é de origem árabe). Demoraram para descobrir o nome em português do coentro.
Além de tudo isso, Claude foi à escola, e percebeu que tinha afinidade com os estudos. Estudou muito, e sempre foi considerada "Chatra", uma pessoa vitoriosa e inteligente. Com o tempo, o uso intenso do português para leitura e escrita fez com que Claude fosse se esquecendo da grafia do árabe. Nunca poderia se esquecer do árabe falado, que praticava diariamente, mas a exigência da imersão no Brasil fez com que um pequeno pedaço do Líbano tivesse que ser deixado de lado, concessões às vezes necessárias àqueles que desejam se adaptar.
Laurice precisava de ajuda para tocar a vida nova dentro da casa, enquanto Yourghaky buscava ganhar o sustento. A filha mais velha, Claude, ia à quitanda com a mãe, buscando servir de intérprete e tentando também aprender. Descobriram que muitas hortaliças eram comuns aos dois países, e que apesar de a variedade brasileira ser maior, algumas coisas de lá não se achava por aqui . Descobriram também que Nànàa é Hortelã, Al Hass é Alface (parece brincadeira, mas é fato que quase tudo que começa com Al em português é de origem árabe). Demoraram para descobrir o nome em português do coentro.
Além de tudo isso, Claude foi à escola, e percebeu que tinha afinidade com os estudos. Estudou muito, e sempre foi considerada "Chatra", uma pessoa vitoriosa e inteligente. Com o tempo, o uso intenso do português para leitura e escrita fez com que Claude fosse se esquecendo da grafia do árabe. Nunca poderia se esquecer do árabe falado, que praticava diariamente, mas a exigência da imersão no Brasil fez com que um pequeno pedaço do Líbano tivesse que ser deixado de lado, concessões às vezes necessárias àqueles que desejam se adaptar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário