Diversos amigos dos meus pais e avós, que vieram ao Brasil em levas migratórias próximas às deles, depois de alguns anos decidiram retornar. Mesmo com os perigos de guerra. Mesmo com as bombas e minas. Como disse recentemente uma amiga da família que reencontrei nestes meios eletrônicos há pouco tempo, ela mesma uma imigrante libanesa que morou no Brasil e decidiu com o marido voltar ao Líbano, "esta é a nossa terra!".
A nossa terra, eu penso, é onde está nosso coração. Acho sim que podemos pertencer a mais de uma terra. Afinal, é somente terra, porém simboliza raízes, laços. Acho que é mais complexo do que um sentimento nacionalista, mas ainda não existe nome para a pátria compartilhada pelo coração.
A tradução literal de "Bet Hajjar" (ou "bêit", ou "bait", dependendo da pronúncia) é "Casa dos Hajjar". Somos resultantes de nossas raízes e da interação deste conhecimento herdado com o processo de assimilação da figura do outro. Quando essas raízes mudam de terras, muitos dos nossos referenciais mudam. Estes textos são expressões livres de memórias que me são muito caras, e que influenciaram o que sou hoje.
sábado, 6 de março de 2010
Os que decidiram voltar
Eu sou muitas coisas, incluindo alguém que não curte minicvs. Comunicador social, com pesquisa de mestrado sobre como a mídia mostrou a guerra na Síria, com ênfase no Oriente Médio... mas não sei se isto explica os textos (ao menos até Agosto/2012). Desde 2016 vivo em Helsinki, Finlândia, e venho postando timidamente histórias e observações sobre o mundo sob esta nova perspectiva imigratória.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário