Não segurei meus pais, eles se chocaram muito e se separaram. Também não impedi meu pai de morrer, nem minha mãe de metralhar suas mágoas. Não voei, não li mentes, não curei ninguém, nem a mim mesmo, não virei um "Computador de Sapato-Tenis" . Sonhei com Poderes que acreditava realmente não possuir, e por isso eu realmente não os possui.
A tradução literal de "Bet Hajjar" (ou "bêit", ou "bait", dependendo da pronúncia) é "Casa dos Hajjar". Somos resultantes de nossas raízes e da interação deste conhecimento herdado com o processo de assimilação da figura do outro. Quando essas raízes mudam de terras, muitos dos nossos referenciais mudam. Estes textos são expressões livres de memórias que me são muito caras, e que influenciaram o que sou hoje.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Sonhos de Poder
Pelo que eu pude avaliar nos filmes de tv, acidentes de carro matam porque as pessoas não ficam coladas em seus bancos, batem com a cabeça nos vidros e o resto no painel do carro. Quando eu era criança, viajávamos muito de carro. Sem cinto, pois era quase um adereço exótico. Eu imaginava o carro batendo naquela velocidade toda, e imaginava que tinha sido dotado de força e agilidade superiores, que me fariam, na hora do impacto, segurar meus pais em seus acentos, impedindo que morressem. Imaginava-me forte, e com isso derrubava bancos de pedra, parava bicicletas em pleno movimento, quebrava portas de vidro com as mãos. Sonhava que a força me daria crédito, que o poder mental era uma questão de treino, e que sabia mais do que podia realmente saber. Sonhava com aplausos, com conquistas amorosas, com façanhas admiradas.
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